Versos despencados
Um poeta,
do seu amor, descartado
Descartou a sua poesia
Se viu sem abertura
Do alto de uma cobertura
Despejou todos seus versos...
Era uma elegia ao inverso
Que, aleatoriamente,
entrava por janelas
Às vezes de uma donzela
Que logo imaginou
Ser roteiro dos seus sonhos
Um menino sem batismo
Não despencou no abismo
E deixou de ser pagão
Pensando no verso como oração,
E o gari
Que catava papel na rua
Não cumprindo seu papel
Pensou que a poesia era sua
Fez-se da rima um profeta
Sonhando que era o poeta