São Dores, São Amores*

 *arrasto meus olhos doirados pelas margens das incoerências desse mar de ilusões.
sei-me onda vacante no riscado da letra dorida. arrasto pés em pétalas de sangue.
são dores, são amores, são sonhos
descoroados das quimeras sentidas nas horas masculinas desse querer soberano, veloz e vulcânico.
sabemos na pele, o mito do mar, das escusas proferidas pelo rumorejar das águas...
tantas.
risco teu nome do umbral prateado que erigi no céu da minha fronte.
pois perdição é linha sem verbo, assim como etéreo nosso sentir escorre na astucia dolente de um verso renitente.
arrasto, arrasto meus beijos de maresia e enterro no areal a minha súplica tardia.
singro na voz que me mareia e traço um ponto final nas reticências da minha vida.
o azul sempre me sabe, mesmo que o verde me queira, sopro ou ventania, onda ou apenas tua sinfonia.
arrasto-me, pois estás longe... imerso em poesia.

Karinna*
Karinna
Enviado por Karinna em 27/07/2014
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