Ah, tenho saudades...
Da cidadezinha do interior
Que fica na zona Sul do Nordeste!
Das manhãs brumosas,
Do murmúrio do vento...
Das marés altas e baixas,
Das tardes felizes e velozes
E das brincadeiras de crianças.
Das manhãs perfumadas,
Das flores da cor de bonina;
Do cheiro de mato viçoso eu menina...
Amava na alva o toque do sol...
Beijando a minha face de garotinha!
Que a toda pressa levava grãos para as galinhas
Que ciscavam e cacarejavam caçando comida.
Quando eu corria ao galinheiro para pegar
Ovos fresquinhos e ia até o curral para apreciar
A ordenha do leite quentinho das vacas.
Quando eu voltava correndo maluquinha
Quase derrubando tudo a cantar!
Num mundo que parecia ser somente meu.
Do cavalo já pronto para montaria
Mesmo com medo sentia alegria
Cavalgar com maestria era tudo que eu queria
Apreciando a natureza o canto do bem-te-vi
Nessa hora o mundo lá fora parecia não mais existir.
Do pomar, das frutas que com as mãos eu alcançava.
Mais uma vez correndo para o riacho pescar e,
Uma paz fluía dentro de mim e poder naquelas águas
Cristalinas tomar banho e ver o peixinho inocente pegar
A isca e ficar desesperado... Para mim era uma conquista
Quão adoráveis aqueles momentos...
Das noites de luar que iluminava a terra que sem
Essa luz era um breu (treva) aonde só se via a luz
Do vaga-lume tal qual um pisca-pisca que vontade
De pegar quão rápidos eram eles... Um lampião
Era acesso e a magia da noite com o canto da mata
Virgem nos levava a cantarolar e dançar ao som da
Zabumba e do triângulo, junto aos primos e irmãos.
Sonhando quando então iríamos namorar!
18/07/2014 – Mary Jun