SALVE-SE O VINHO EM CELEBRAÇÃO

Como escrever é consequência do estar vivo, todos os dias são invólucros destas ações de contar o tempo e os seus implacáveis cochichos. Por vezes, estes são os únicos que não tão fielmente merecem contação. O restante são os camalotes arrancados das margens e que aparecem na superfície do rio que corre em direção à foz. Somos peixes, em suas raízes mamamos o leite da vida para que tenhamos força para chegar – resolutos – ao Rio Profundo. É bom que as convenções detenham os olhos para um dia em que somos celebração e possamos conceber a ceia dos aflitos, mesmo entre grades, como nos presídios. Salve-se o vinho para o DIA DO ESCRITOR!

– Do livro O CAPITAL DAS HORAS, 2014.

http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/4897471