" LENDAS URBANAS "
A água de meus olhos provêm das imagens que visito
quando vejo aquelas fotografias de álbuns antigos
presas na minha lembrança, quando emergem dos ais da vida.
Reprimidas, renascem as fotografias com o brilho das recordações.
Reviso as lembranças, as imagens desdobradas, as confidências
onde tudo começou, as tramas familiares, os verdes sussurros
guardados nas fotografias de álbuns antigos.
De dentro da distância do tempo, ressurgem as samambaias,
os acalantos e os passos nos corredores atapetados
para não se ouvir os passos de outras pessoas,
de outros tempos, como se tudo pudesse ser eterno.
Suspensos nos mantemos, fundindo-nos com as imagens desbotadas
das pessoas que já não reconhecemos, mas que ainda guardam
a luz de tanto dia!