O GONDOLEIRO DE VENEZA
O sol vai dourando ao entardecer na Laguna Veneta.
Pelos canais o gondoleiro rema na forcola da sua nau.
Nas janelas rostos risonhos e faces belas olham o remador.
Toca o sino de São Marcos enquanto o gondoleiro trovador
com sua gôndola ao vento, cantando, continua a remar.
A gôndola desliza sobre um labirinto de águas.
Tenho liberdade no Canale di Cannaregio e de le Galeazze.
Na gôndola, sorrindo, meus lábios tocam seus sonhos
enquanto o céu povoado de nuvens cobre as dores do mundo.
Todos os meus sonhos são colhidos no bolso de sua blusa.
Fique comigo no feriado, seja generosa no meu desalento.
Vamos passear às margens da Rivera San Nicolò
conhecer a Ponte della Libertà
visitar Burano e Lido-Pellestrina.
Vamos ao concerto de Antonio Vivaldi no Teatro la Fenice.
Vamos comer escargot na Osteria alle Testiere e trufas no Beccafico.
Assente-se comigo no Martini Scala e prove um vino Chianti.
Anoiteço em Giudecca. Tudo me faz sentir seu perfume.
Terei sonhos úmidos com você, beijarei sua marca de batom suado.
Sou gondoleiro do amor e canto a beleza, a esperança, o paraíso.
Sou gondoleiro de Veneza e canto seus encantos
seus canais
seus monumentos.
Sou gondoleiro trovador!
Veneza me faz perder o fôlego em cada esquina, sonhar contigo.
Sorrir gratuitamente, desejar teus olhos
sentir teus lábios e cair aos teus pés!...
Na ponte dos suspiros, dizer: Te amo!