BOM PARA A ALMA
Bom para a alma é sentir edificantes lampejos,
do amor brotando num dia qualquer de visível alegria;
Bom para a alma é sentir amorosos desejos,
em doar-se afetivamente no clarão natural de cada novo dia.
Há em cada alma, a chama amorosa que a edifica moralmente,
semeando nas ações diárias o sentimento virtuoso do amor;
Há em cada alma, a luz fulgurosa que a ilumina plenamente,
na simplicidade do viver espontâneo, num Eterno Doar do Criador.
Bom para a alma é ver, tão admirada, a própria sombra luminosa,
imitando os gestos naturais das árvores frondosas num dia de ameno calor;
ante o alarido dos pássaros ensaiando voos rasantes sobre a relva verdosa;
e sombreando a terra, onde as formigas andam enfileiradas em diário labor.
Sensível é a alma que se comove, ao contemplar as paisagens campesinas
naturais; onde a paz é tão morna quanto o olho do sol no ocaso fascinante;
onde o camponês, tão paciente, cuida do gado pastando nas viçosas campinas;
onde as águas mansas dos mananciais fertilizam os vastos vales verdejantes.
Melhor sensação para a alma é sentir-se livre em meio à mãe natureza;
porque a alma da natureza, como a alma humana, são criadas por Deus
para sentirem a liberdade deliciosa de existirem em espiritual inteireza,
na transparência natural da Causa Suprema que move terras e céus.
Melhor sensação para a alma é saber que a própria essência se espiritualiza,
quando as coisas pensadas se convertem em atos morais transcendentes;
quando a razão sensibiliza o coração no cosmo interior que se harmoniza
com o cosmo universal, cujo Poder Supremo Comanda Tudo Eternamente.
Bom para a alma é estar sempre com os ouvidos íntimos bem aguçados,
para retirar do imperceptível silêncio, a beleza virtuosa das coisas espirituais;
conquanto, há em cada alma, o gérmen eterno dos seres espirituais
depurados,
ainda latente na consciência da alma aprendiz, a ser aprimorado nas diversas
fases experimentais.
Mas cada alma, gradativamente, aprende a embelezar-se interiormente,
visto que, na eterna essência, já Doada por Deus, reside a seiva universal
que produz o sublime amor;
porquanto, o que melhor lhe impressiona os sentidos, é a ação edificante de
amar e ser amada pelo semelhante,
numa doação afetiva espontânea, que faz do amor, a luz pura que ilumina a
alma todo tempo com divino esplendor.