POEMA SEM NOME - UM

Certezas incertas

Verdades falsificadas...

Medos injustificados

Justiças erradas...

Tristezas inoportunas

Alegrias forjadas...

Olhos cegos

Cegos visionários...

E o mudo que fala,

E o falante que se cala...

O andante que para

O estagnado que dispara...

O ontem que era hoje

O hoje que é o agora

O amanha talvez será o nada...

Partida é chegada,

Prenuncio de uma despedida...

Um adeus é apenas um aceno

Pois tudo apenas termina

Quando cessa a jornada...

Não mede cor,

Não mede dor,

Não mede alma...

Chega o desconhecido

Jogando por sob a terra

Todos os verões

Todas as invernadas.