cela
Acordei há alguns minutos. Mas não consigo abrir os olhos. Sequer mover os dedos. Pelo cheiro, hospital. Pelas vozes, são três, estou, e como estou, mal. Uma das três é familiar. Na verdade, os sussurros são. Ao longe, no rádio, futebol. Não consigo abrir os olhos. Sinto a claridade, uma bela, tarde de sol. Pelo silêncio, é domingo. Agora sei, sei mesmo, que estou vivo. Apenas ressaqueado pelas centenas de sonhos e devaneios que tive até há pouco. Preciso encontrar forças para não desistir. Não ficar louco. Preciso me esforçar para recordar, entender o que aconteceu, descobrir se vale a pena continuar exilado no próprio corpo.
Então, vamos lá: quem sou eu?
Acordei há alguns minutos. Mas não consigo abrir os olhos. Sequer mover os dedos. Pelo cheiro, hospital. Pelas vozes, são três, estou, e como estou, mal. Uma das três é familiar. Na verdade, os sussurros são. Ao longe, no rádio, futebol. Não consigo abrir os olhos. Sinto a claridade, uma bela, tarde de sol. Pelo silêncio, é domingo. Agora sei, sei mesmo, que estou vivo. Apenas ressaqueado pelas centenas de sonhos e devaneios que tive até há pouco. Preciso encontrar forças para não desistir. Não ficar louco. Preciso me esforçar para recordar, entender o que aconteceu, descobrir se vale a pena continuar exilado no próprio corpo.
Então, vamos lá: quem sou eu?
17/7/1999