A Casa 22
O bobo arriscou-se a dar alguns passos
Por inocência coincidiu de entrar num labirinto de ideias
Deslumbrado com tamanha diversidade de opiniões
Levado pela carruagem, visitou a casa de numero 22
O numero zero representa uma fase
Frequentada umas mil vezes por vida
Nessa o eremita lhe deu hospedagem
Em sua companhia, tão só ele vivia, (e no espelho se via).
Interrompido seu silencio, o Diabo bateu a porta
É hora do julgamento.
E todo o resto assistia, o imperador a decretar justiça
Esperando o ceifador arrancar lhe a consciência
Enquanto a papisa levantou-se como digna e piedosa
Sugestionou que o Sol queimassem lhe os olhos
Aos invés jogar o coitado de cima da torre ou pendura-lo como de costume
Talvez assim a roda da vida fosse de fato justa.
A Imperatriz alojou o cego e ofereceu oportunidade de frutificar
A estrela iluminou o feliz infeliz
O mago lhe ensinou a fazer brotar a semente
E Mal sabiam aqueles todos que a lua ainda carregava seus segredos
Talvez se tiver mais sobriedade
O mísero não se enojaria da liberdade alienada entre os apaixonados
E o mundo
Ah, o mundo seria nosso.