Ribalta Divina
Quando os anjos alados descem da ribalta divina eu os observo caritativamente, desejando doar-lhes da minha essência que se elevou sobre a dualidade criada por Javé. A dualidade matou as possibilidades, vez que não pode caber dentro de caminhos simplistas toda a magnificência quântica que o universo nos doa a cada instante, no devir.
Cego-me propositalmente para não ver a tortualidade dos caminhos retos estabelecidos, afinal, prefiro ver a minha quimera mentalmente a observar a destruição construtiva do universo idealista divinal.
Eu sou filho do nada, sou bastardo da totalidade, adotado pelo vazio, eu sou a pele de Exu, o seu maior amor. Abrasa-me a celebração pelo que não existe, pois vejo no infinito as gotas de sangue que caem dos olhos daqueles que beberam da dualidade existente e exorcizaram a sua própria alma, e por isso negativaram-se a tal ponto de impender do equilíbrio donde se encontravam. Eu já não posso, eu já não quero, eu nunca desejei.
Eu bebo agmi e celebro a vida de meu pai: a sua benção Tomé.