EU E DEUS
Eu não nego minha infelicidade; às vezes olho para meu reflexo e vejo os olhos de um sonhador
Vejo também todos os meus pecados retidos em minhas retinas, e eu que tanto choro acabo por descobrir que não sei chorar.
Eu não sei se desanimo é a palavra correta, a que melhor descreve, talvez eu não tenha mais forças nem mesmo para sofrer e ser fraco, então como uma pena que desprendida das asas de um anjo cai, eu me deixo levar pelos ventos fortes e pelas brisas suaves, sem pensar em um destino, sem sonhar com um caminho, sem existir, sem nada querer... Quem sabe pousar suave entre flores, ou no meio da estrada onde cavalos livres me pisotearão; posso pousar na cútis de seda de uma donzela que em uma praça lê um livro, ser pego com carinho e marcar as paginas onde ela mergulha.
Eu não nego essa estranha infelicidade, pois ela é repleta de gratidão e durante a noite quando me perco em céu estrelado eu sinto paz, pois esse pouco que posso ver faz com que eu deixe de ser nada para ser o éon do contexto de meu existir...
Eu não nego a solidão profunda que me machuca, e quanto mais fundo vou na cura de minhas dores, mais dores encontro e estas fazem as primeiras serem apenas arranhões que eram chorados por melindre...
Não nego o desejo de que mãos fortes segurem minhas mãos, mas meus amigos foram abençoados pelo meu Deus, e suas mãos besuntadas foram nos óleos santos, e mesmo que queiram me segurar, escorrego por entre seus dedos... Não, não estou no poço onde dorme a escuridão, onde mora o lagarto e se esconde o escorpião.
Dele já sai, mas ainda olho lá embaixo; debruço-me em sua beirada e me pergunto: Por um acaso não teria eu esquecido ai dentro meu coração?
A Lua cheia me fascina, diante dela sou uma partícula ínfima, e diante o mar sou tão menos quando pra lua recito meus poemas mais secretos:
Sim... Não há ninguém apenas o eco de uma antiga oração que fiz e o meu eterno silêncio por não ter o que dizer agora...
Mas o Sol rompeu no horizonte e me contou um segredo em ternura de consolo: “Por que choras?
Tão bem levas a felicidade para quem dela necessita, trazes nas tuas letras o unguento, e ministras o vinagre e o sal com destreza...És vasto e assim será, pois todo homem trás consigo a bolça certa para o que é capaz de carregar.
Olhe tuas mãos, tão pequenas, mal cabe uma boa porção da fina areia, mas são grandes para suportar o peso de Deus...
Teu ser é vago de tudo e tão repleto de dor é teu coração, mas é o suficiente para suportar de teu Deus a Solidão.”
Por um segundo eu compreendi meus caminhos...
Ando lado a lado com o Senhor, ambos sonhadores sozinhos!
Vejo também todos os meus pecados retidos em minhas retinas, e eu que tanto choro acabo por descobrir que não sei chorar.
Eu não sei se desanimo é a palavra correta, a que melhor descreve, talvez eu não tenha mais forças nem mesmo para sofrer e ser fraco, então como uma pena que desprendida das asas de um anjo cai, eu me deixo levar pelos ventos fortes e pelas brisas suaves, sem pensar em um destino, sem sonhar com um caminho, sem existir, sem nada querer... Quem sabe pousar suave entre flores, ou no meio da estrada onde cavalos livres me pisotearão; posso pousar na cútis de seda de uma donzela que em uma praça lê um livro, ser pego com carinho e marcar as paginas onde ela mergulha.
Eu não nego essa estranha infelicidade, pois ela é repleta de gratidão e durante a noite quando me perco em céu estrelado eu sinto paz, pois esse pouco que posso ver faz com que eu deixe de ser nada para ser o éon do contexto de meu existir...
Eu não nego a solidão profunda que me machuca, e quanto mais fundo vou na cura de minhas dores, mais dores encontro e estas fazem as primeiras serem apenas arranhões que eram chorados por melindre...
Não nego o desejo de que mãos fortes segurem minhas mãos, mas meus amigos foram abençoados pelo meu Deus, e suas mãos besuntadas foram nos óleos santos, e mesmo que queiram me segurar, escorrego por entre seus dedos... Não, não estou no poço onde dorme a escuridão, onde mora o lagarto e se esconde o escorpião.
Dele já sai, mas ainda olho lá embaixo; debruço-me em sua beirada e me pergunto: Por um acaso não teria eu esquecido ai dentro meu coração?
A Lua cheia me fascina, diante dela sou uma partícula ínfima, e diante o mar sou tão menos quando pra lua recito meus poemas mais secretos:
Sim... Não há ninguém apenas o eco de uma antiga oração que fiz e o meu eterno silêncio por não ter o que dizer agora...
Mas o Sol rompeu no horizonte e me contou um segredo em ternura de consolo: “Por que choras?
Tão bem levas a felicidade para quem dela necessita, trazes nas tuas letras o unguento, e ministras o vinagre e o sal com destreza...És vasto e assim será, pois todo homem trás consigo a bolça certa para o que é capaz de carregar.
Olhe tuas mãos, tão pequenas, mal cabe uma boa porção da fina areia, mas são grandes para suportar o peso de Deus...
Teu ser é vago de tudo e tão repleto de dor é teu coração, mas é o suficiente para suportar de teu Deus a Solidão.”
Por um segundo eu compreendi meus caminhos...
Ando lado a lado com o Senhor, ambos sonhadores sozinhos!