Um grito de liberdade
Privei-me de expor o que jurei não mais segurar. Fui morrendo... Caindo, como quem tropeça nos próprios pés, no meu caso tropeçando nas próprias palavras não ditas, nos devaneios tolos, nos quereres mesquinhos, na vida. Soltar o brado do peito, um grito de liberdade, gritando em palavras escritas, descritas, inscritas, na vida, desse sem rumo, ao léu, precisando de muito mais que palavras... Abrindo a porta do sentimento mais forte, mais confuso, mais vívido. Simplesmente sentindo... E vivendo... Demonstrando como somos vulneráveis ao que vem de dentro.
Uns demonstrando de uma forma, outros não sabendo demonstrar. O fato é que o que fala por dentro, não se externa com coerência aquilo que se quer dizer. Não se faz dos sentimentos, nada mais que mera poesia, escritas pelas mãos, contudo gritada pelo coração. Não é possível viver sem ser escravo dos sentimentos, dos mais diversos, das mais variadas formas. Uns coloridos, como arco-íris depois de um chuvisco numa tarde de primavera. Outros tão negros, tal qual as sombras de um coração sem amor, de uma vida sem cor, de um tudo sem nada.
Palavras confusas, como a vida de quem escreve... Quem está do meu lado que não deveria estar? Quem não está que deveria estar? Existem tantas perguntas que só o tempo pode responder... Respostas essas que vem quando menos procuramos, quando somente vivemos e sentimos.