Aventuras de Jeremias

Vamos rever o passado,

De aventura e folias,

Trabalhos e sacrifícios,

Que me levaram os dias,

Aqui conto as aventuras,

Da vida de Jeremias.

Vinte e dois de fevereiro,

O dia em que ele nasceu,

Muitos e muitos lugares,

Jeremias percorreu,

Até encontrar a fase,

Que dita o destino seu.

Enquanto era um menino,

Conseguiu se segurar,

Morou na Ilha do amor,

São José de Ribamar,

São Luiz do Maranhão,

Onde vivia a sonhar.

Pelo nome de Jeré,

Ele era conhecido,

Sempre gostou de uma canha,

Sem ver o tempo perdido,

Por aventuras e sonhos,

Ele foi acometido.

Saiu de Imperatriz,

Estado do Maranhão,

Pra trabalhar em Goiânia,

Essa era a sua intenção,

Contratado por um cara,

Que tinha má condição..

Dispensado pela Firma,

Sem ter nem onde ficar,

Na cidade de Goiânia,

Precisava trabalhar,

Mas, era um desconhecido,

Não conseguia lugar.

Ele e mais trinta pessoas,

Foi por grupo dividido,

Por um Coronel do Exercito,

Foi Jeremias acolhido,

Foi trabalhar de servente,

Onde ficou conhecido.

Nesse trabalho o Jeré,

Foi até favorecido,

Pois trabalhando em cozinha,

Sempre foi bem sucedido,

Fazendo a boa comida,

Se tornou muito querido.

Porém, não demorou muito,

Para o Jeré se mandar,

Na rua oito, uma Firma,

Fichava alguém pra levar,

Para fazer um trabalho,

Na Capital Cuiabá.

Conseguiu ser contratado,

Para uma construção,

Estádio de Futebol,

Hoje chamado Verdão,

Mas, era muito difícil,

Pois quase tudo era a mão.

Desistiu de seu contrato,

Por ser pesado e constante,

Trabalhando o dia todo,

Naquele sol escaldante,

Doía a grande saudade,

Da família bem distante.

Muitos de seus companheiros,

Decidiram abandonar,

E, dos amigos que tinha,

Obrigou-se a separar,

Mas, foi para outra firma,

Lá em nova Cuiabá.

Muito novo, Jeremias,

Nessa peregrinação,

Sem ter nem onde dormir,

No bolso, nenhum tostão,

A noite viu um lugar,

Que estava em construção.

Pedira para dormir,

Pois eram desconhecido

Mas, o guarda não deixou,

Pensando que era bandido,

De fome, sede e cansaço,

Eles era consumido.

Ficou por ali vagando,

Jeré e seu companheiro,

Enfrentando a fome e sede,

Porque não tinham dinheiro,

Até que foi contratado,

Pra trabalhar de padeiro.

Na área em que trabalhava,

Parece que entendia,

Começou como ajudante,

Esperando o que viria,

Fazendo um trabalho bom,

Logo assumiu a chefia.

Lá pelas tantas deixou,

O trabalho que fazia,

Partiu para Porto Velho,

Onde nada conhecia,

Num Hotel Rodoviário,

Sua pousada fazia.

Uma semana depois,

Para o Acre se mudou,

Ficou numa hospedaria,

Logo depois se mandou,

Para Sena Madureira,

Ali uns dias ficou.

Porém não tinha dinheiro,

Vivendo sem honorário,

A bagagem ficou presa,

No Hotel Rodoviário,

De novo foi ser padeiro,

Para ganhar um salário.

Com cinco meses depois,

Se mandou pra Capital,

Precisava trabalhar,

Para não viver tão mau,

Mas, a preocupação,

Nunca foi seu ideal.

Na Capital de Rio Branco,

Passou uns dias ali,

Faltava até a comida,

Chegou até a pedir,

Seguindo um destino louco,

Foi parar em Xapuri.

Botou o pé na estrada,

Criou uma nova ideia,

Rodeado de muita gente,

Feito abelhas na colmeia,

Percorrendo estrada a fora,

Foi parar em Brasileia.

Dois pacotes de bolachas,

Era tudo o que trazia,

Duas roupas e a mochila,

Era o que possuía,

Dormia sobre o relento,

E do povo se escondia.

Era ele e um amigo,

Que sempre o acompanhava,

Trabalhos, rancho e dinheiro,

Com ele compartilhava,

Se conseguia um trabalho,

Ele também arranjava.

Nessa peregrinação,

Sofreu grandes dessabores,

Dormia em acampamentos,

Casa de trabalhadores,

Comiam juntos com eles,

Mas somente de favores.

De Rio Branco a Brasileia,

O ônibus era semanal,

Transportava muita gente,

Brasileia/Capital,

Eram pessoas que vinham,

Da banda do seringal.

Atravessou do Brasil,

O Acre aonde vivia,

Pra conhecer a Bolívia,

Fez ali a travessia,

Veja, onde foi trabalhar,

Numa outra padaria.

O dona da Padaria,

Era um boliviano,

Sujeito muito hospedeiro,

Mas um pouco desumano,

Desta vez, seu Jeremias,

Quase entra pelo cano.

O sujeito de quem falo,

Conhecia as duas cidades,,

Apresentou Jeremias,

Para as autoridades,

Ali acabou de vez,

As suas necessidades.

Descobriu que nos comércios,

Deste senhor do local,

A droga rolava a solto,

Ninguém achava imoral,

Além da localidade,

Mandava pra Capital.

Jeremias se tornou

Social nesta cidade,

Passeava com amigos,

Da mais alta autoridade,

Delegados e juízes

Que comandavam a cidade.

Um dia seu companheiro,

Convidou a ir embora,

Foram acertar as contas,

Cedinho, ao romper d’aurora,

Mas surgiu um imprevisto,

Marcante naquela hora.

Um homem trabalhador

Do seu legitimo patrão,

Ali apareceu morto,

Sem nenhuma explicação,

Jeré e seu companheiro,

Quase que foram a prisão.

Apesar das amizades

Não puderam mais ficar,

O saldo que os dois tinham,

O patrão não quis pagar,

Nem juiz nem Delegado,

Não quiseram combinar.

Isto porque dois estranhos,

Juntos de gente bacana,

Além de trabalhadores,

Em terras boliviana,

Se fossem muito insistentes,

Iam direto pra cana...

Mas a noite seu amigo,

Disse meu bom companheiro,

Eu estou mau satisfeito,

Pois aqui sou estrangeiro,

Vou matar aquele cabra,

Embora perca o dinheiro.

A noite vamos embora,

Com o pouco que ele der,

Atravessamos a noite,

Ninguém vai saber sequer,

Vamos pra outro lugar,

Que ninguém sabe quem é.

Mas antes de tudo aquilo,

Eles foram à polícia,

O delegado lhes disse,

Apelem para a justiça,

Mas é difícil porque,

Nos falta a razão propicia.

Em fim ao devedor,

A Justiça deu razão,

Ali ficou comprovado,

Que o velho seu patrão,

Fazia e acontecia,

Nem dava satisfação.

Já nos culparam de um crime

Que eu jamais cometeria,

Estou sujeito a fugir,

Terminou minha alegria,

Mas, este cabra da peste,

Vivo eu jamais deixaria.

Assim ficou acertado,

A morte do camarada,

Mas Jeremias á noite,

Dormiu pouco ou quase nada,

Via a sua pobre vida,

Cada vez mais enrolada.

Até que tomou coragem,

Falou ao seu companheiro;

Não deves matar o homem,

Por um pouco de dinheiro,

Vamos embora daqui,

Mesmo sem esse dinheiro.

Esse senhor de quem falo,

Era forte traficante,

Dominava o seu lugar,

De maneira fascinante,

Vendia ou pagava os caras,

Depois matava o viajante.

As vezes vendia a droga,

Recebia o seu quinhão,

E depois na travessia,

Causava uma alagação,

Ou ligava pra polícia,

E os metia na prisão.

A polícia brasileira,

Já tinha acordo firmado,

Quando o sujeito saia,

Já era ali algemado,

E a droga que trazia,

Voltava pro outro lado.

Todos ganhavam com isso,

Só perdiam os compradores,

A polícia recebia,

Dependendo dos valores,

E o que era vendido,

Voltava pros vendedores.

O certo é que não mataram,

Aquele cabra bandido,

Voltaram pra Rio Branco,

Seu destino preferido,

Mas poucos dias depois,

Já tomaram outro sentido.

Foi pra Guajará Mirim,

Onde a sorte lhe trazia,

Tornou arranjar trabalho,

Foi chefe de pararia,

Acho que o cheiro de pão,

Ao longe o povo sentia...

Ali por felicidade,

Conheceu uma pessoa,

Que agora é sua esposa,

Gente bondosa e bem boa,

Dali o seu Jeremias,

Não foi viver mais a toa.

Foi morar em um Hotel,

Num lugar bem fascinante,

Passaram dias felizes,

Mas moravam bem distante

Depois ela o fez saber,

Tinha ficado gestante...

Jeremias preocupou-se,

Por ter sido demitido,

Como podia ir atrás,

Do seu filhinho querido,

Que já pulsava em seu ser,

Bem antes de ter nascido...

Foi logo pra Rio Branco,

Procurar a sua bela,

Que soube que procurava,

Tirar o filhinho d’ela,

Em vez disso encontrou-a,

E foi embora com ela.

Foi pra Guajará Mirim,

Mais uma vez chegou lá,

E com um outro padeiro,

Ele volta a trabalhar,

Um imigrante da guerra,

Expulso do seu lugar.

Padaria Portuguesa,

Dois irmãos comerciavam,

Jeremias no comando,

Eles o admiravam,

E da bondade dos pães,

Clientes elogiavam.

Por já ser prático no ramo,

Produzia o melhor pão,

O dono, um angolano,

Com toda admiração,

O fez chefe do comercio,

Lhe pagando um dinheirão.

Jeremias e a esposa,

Que nada tinham na vida,

Não tinham, naquele tempo,

Nem uma boa dormida,

E ela estava esperando,

A criancinha querida...

Jeremias encorajou-se,

E falou por sua vez,

Meu patrão, me adiante,

O salario de um mês,

Quero comprar umas coisas,

Meu filho vem este mês..

O homem fez mais que isso,

Falou com um fornecedor,

Dizendo que atendesse,

Fizesse-lhe um favor,

Pois que Jeremias era,

Um seu bom trabalhador.

Jeremias comprou tudo;

Mercadoria, fogão,

Cama, lençol e cobertas,

Travesseiros e colchão,

Cobriu as necessidades,

E calmou seu coração.

Comprou coisas de cozinha,

Chaleira, prato e panela,

Colher, copos, caçarolas,

Da qualidade mais bela,

Ele jamais esperava,

Uma vida igual aquela.

A esposa inteligente,

Sempre, sempre o ajudava,

E como era costureira,

O seu dinheiro ganhava,

E nas despesas da casa,

Seu marido auxiliava.

Em comparação a antes,

Podia até se orgulhar,

Tinham tudo e arranjaram,

Uma casa pra morar,

Até recebeu proposta,

Melhor para trabalhar.

Noutra Panificadora,

Ganhando melhor dinheiro,

Nasceu-lhe a primeira Filha,

Ele ficou mais ordeiro,

Com sua primeira filha,

Até ficou mais caseiro.

Depois abandonou tudo,

A vida era promissora,

Resolveu ir trabalhar,

Em uma mineradora,

Mas das profissões que tinha,

Essa mais triste lhe fora.

Trabalhou por alguns tempos,

Mas como a vida corria,

Resolveu ir ser servente,

Em uma Pizzaria,

Trabalho e lugar pra ele,

Era igual a ventania.

Parece que sua sina,

Era lutar com comida,

Foi trabalhar de garçom,

Enfrentando nova lida,

Em um belo Restaurante,

Mudando assim sua vida.

Trabalhou logo depois,

Em uma soveteria,

Associada a um lancha,

Pitdog Lancharia,

Onde já tornou-se sócio,

Para maior alegria.

Junto a mais dois companheiros,

Vivendo e ganhando bem,

Fizeram sociedade,

Com um açougue também,

Era um ponto alugado,

Mas vendia muito bem.

O pior aconteceu,

Como uma praga que vem,

Sócios uma noite saíram,

Quando estavam muito bem,

Jogaram e beberam muito,

Voltaram sem um vintém.

Gastaram todo o dinheiro,

Noite a fora a vadiar,

As contas e o aluguel,

Era preciso pagar,

Se não pagasse não tinham,

Como outras coisas comprar.

O material do Açougue,

Conseguiu tudo fiado,

A carne um fornecedor,

Recebia do apurado,

Parece até um castigo,

Sendo ates preparado.

Quando passou a ressaca,

Se viu que estava quebrado,

Para fugirem de noite,

Ficou tudo combinado,

Assim os três foram embora,

Sem pensar no resultado.

Levaram o material,

E se mandaram bem cedo,

Sem dinheiro e sem comida,

Porém estavam com medo,

Foram parar na cidade

Dom Peixoto de Azevedo.

Para comprar a comida,

Venderam o material,

E de trabalho e dinheiro,

Não lhe restava sinal,

Mas acreditando em Deus,

Seguia seu ideal.

A cidade era mineira,

Repleta de garimpeiros,

Tinha famosos patrões,

Que mantinham pistoleiros,

Ficou tudo mais difícil,

Pro Jeré e companheiros.

Conheceu um japonês,

Que tinha mergulhadores,

Era rico e poderoso,

E um dos mineradores,

Contratou os três na hora,

Mas para mergulhadores.

O Jeré jamais na vida,

Havia dado um mergulho,

Só falando em águas fundas,

Sentia náusea e engulho,

Mas com fieis companheiros,

Foi aprendendo o embrulho.

Era tudo muito estranho

Muito dinheiro corria,

Mas quem tirava mais ouro,

Certamente que morria,

E os mais trabalhadores,

Por pouco tempo vivia.

Sempre pela madrugada,

Jeremias mergulhava,

Não fazia muita coisa,

Mas seu grupo o apoiava,

Assim ele ia passando,

Durante as noites treinava.

Até que um certo dia,

Ele disse; meu amigo,

Eu vou dar esse mergulho,

E podes contar comigo,

Pois não vou viver assim,

Sem ajudar um amigo.

Fez seu primeiro mergulho,

Como parte do trabalho,

Foi feliz, teve mais sorte,

Sulcou bastante cascalho,

Além de não precisar,

Mais que quebrassem seu galho.

Deixou o tal de mergulho,

E decidiu ir embora,

Foi parar em Rondonópolis,

Se não me falha a memória,

Era pouco o que ganhava,

Pra se arriscar toda hora.

No ano de oitenta e cinco,

Não se mergulhava mais,

Porque no lugar de balsas,

Botaram dragas voraz,

Que dragavam com mais força,

Desbarrancando os canais.

Quando foi pra Rondonópolis,

Ainda tinha dinheiro,

Mas viu a oportunidade,

De ter um lucro brejeiro,

Só que lá foi confundido,

Como sendo pistoleiro.

Tinha muitos pistoleiros,

Ali naquela cidade,

Homens sedentos de sangue,

Que não faziam amizade,

Matavam pelo dinheiro,

Sem haver necessidade.

Uma mulher conheceu,

Jeré e o companheiro,

Vendo ele bem alinhado,

Soube que era forasteiro,

Ofereceu-lhe um contrato,

Dedicado a pistoleiro...

Para matarem um homem,

Deu carro, arma e dinheiro,

Tudo ficou acertado,

Se não houvesse entrevero,

Depois ele recebiam,

O restante do dinheiro.

Todos os tipos de crimes,

Em comum acontecia,

E muitas mortes, também,

Roubos a toda hora se via,

Aquela mulher pensava,

Fosse o que ela queria.

Pistoleiros e seguranças,

Tinham uma marca presente;

Botas, chapéu e bigodes,

E dois revolver pendente,

Cinturão e cartucheira,

E um traje caro e descente.

Lá foi trabalhar num clube,

Onde não ganhava mau,

Cento e cinquenta por noite,

Na data do carnaval,

Lá seu próprio companheiro,

Podia ser seu rival.

Era mais uma aventura,

Ou uma grande lição,

Entrou numa grande briga

E foi parar na prisão,

Lá se vingou em um cara,

Deixando o pobre no chão.

Quando dormiu foi surpreso,

Por alguns prisioneiros,

Jamais pensou que eles fossem,

Perigosos pistoleiros,

Apanhou que ficou tonto,

Pois lá não tinha parceiros.

Porém bem cedo o patrão,

Na prisão se apresentou,

Mandou que soltassem todos,

O delegado os soltou,

Quando foi tomar café,

Não sabe o que encontrou,

O dito cara que preso,

Jeremias o açoitou,

O sujeito disse a ele,

Tu por pouco que escapou,

Não perdoamos pessoas,

Que a um de nós humilhou.

Jeremias nesta hora,

Deixou a café de lado,

Fugiu deixando pra trás,

Um ser bem desconfiado,

Foi embora as escondidas,

Para não ser baleado.

Foi parar em Cuiabá,

No buraco do Inferno,

É um lugar muito íngreme,

Onde não chove no inverno,

Ficou por lá alguns dias,

Sem nem sujar o seu terno.

Da chapada dos Guimarães,

Este lugar fica perto,

Entre serras a gargantas,

Tornam o lugar deserto,

Quem vai ali nunca sabe,

Se o destino está certo.

Soube que na prefeitura,

Não tinha um operador,

Que trabalhasse uma máquina,

Ele ai já procurou,

Mas não deu certo porque,

Lá a máquina quebrou.

Na espera de um mecânico,

Para a máquina concertar,

O Vice Prefeito deu,

Ordem para os hospedar,

Ficou muito sossegado,

Sem nada pra incomodar.

Dai ficou protegido,

Do Sr. Vice Prefeito,

Foi muito bem recebido,

E nem entendeu direito,

Por que todo esse aparato,

Sem saberem seu conceito...

Nas grandes metas da vida,

Tudo tem a sua sina,

Vai se acabando o que é bom,

E o que é ruim também termina,

Jeré deixa a vida boa,

Pra trabalhar numa mina...

Este garimpo o seu dono,

Era o Vice Prefeito,

Autoridade política,

De muito alto conceito,

Tudo que queria tinha,

Por todo mundo era aceito.

Recusou ser garimpeiro,

Na mina de diamantes,

Embora, sabendo que,

Seria bem fascinante,

E a sua felicidade,

Podia não está distante.

E por um revés da sorte,

Ficara sem remissão,

Não tinha como comprar,

Nem a alimentação,

Passou a comer, por dia,

Leite e um pedaço de pão.

E já fizera seis meses,

Desde o dia em que fugiu,

E da querida família,

Nenhuma noticia ouviu,

Dos filhos e da esposa,

Saudade imensa sentiu.

As noites a sua tristeza,

Quase que o deixava louco,

Voltar achava difícil,

O dinheiro muito pouco,

Se não voltasse sabia,

Que podia ficar louco.

Mesmo vagando e sofrendo,

Nos dias de sua vida,

Nunca usou nenhuma droga,

Mas sempre usava bebida,

Achava que desse jeito,

Melhorava a sua lida.

Muito pensou até que,

Resolveu voltar ao lar,

A esposa por ser boa,

Recebeu sem relutar,

E feliz junto a família,

Começou a trabalhar.

Lá em Paranapanema,

Num garimpo trabalhava,

Extração de Casserita,

A Pedra Preta tirava,

Ali a guarda de farda,

Garimpeiros saqueava.

Passar no entroncamento,

Seria um caso isolado,

O portão que dava acesso,

Ali era acorrentado,

Por guardas saqueadores,

O garimpo era guardado.

Sempre enganando a guarda,

Tirava o material,

Ali não tinha alimento,

Chegou até passar mal,

Continuamente era expulso,

Por guardas da Federal.

Porém, depois se escondia,

E ao trabalho voltava,

As vezes por tanta fome,

Chegou comer roça brava,

Misturada com açúcar,

Porque pura ela amargava.

Então com dez toneladas,

Ele ficou conformado,

Mas por infelicidade,

O transporte foi fechado,

Foi com imenso perigo,

Que chegou ao mercado.

Depois de vender a Pedra,

Á Porto Velho voltou,

Nem sabe bem quantas vezes,

De Rondônia se ausentou,

Mas por saudade ou capricho,

Ali sempre retornou.

Entrou em diversas frias,

E em uma ocasião,

Ao receber o salário,

Foi jogar em um salão,

Só voltou no outro dia,

Porém sem nenhum tostão.

Sem dinheiro não podia,

Pagar o supermercado,

E perante a sua esposa,

Ficou muito envergonhado,

Ela falou, brigou e ele,

Escutou tudo calado.

Trabalhou o outro mês,

Pouco falava ou sorria,

Sempre pensando a maneira,

De pagar o que devia,

Humilhado e muito triste,

Pouco dormia ou comia.

Até que chegou o dia,

E logo que recebeu,

Sem falar com mais ninguém,

Pra casa quase correu,

E pra esposa entregou,

Tudo o quanto recebeu.

Ela fingiu tá com raiva,

Mas bem alegre sorria,

Pegando o dinheiro foi,

Pagou tudo que devia,

E o Jeré, não jogou mais,

A partir daquele dia.

Outra lição nesta vida,

Jeremias recebeu,

Dirigiu embriagado,

E por pouco não morreu,

Se salvou por um milagre,

Mas o emprego perdeu.

O carro que dirigia,

Para nada mais prestou,

E ele num Hospital,

Vinte dias ali passou,

Inda deu graças a Deus,

Quando pra casa voltou.

Depois daquela façanha,

De perto a morte ele viu,

Daquele dia até hoje,

Jeré não mais dirigiu,

Não foi só pra Jeremias,

Que esta lição serviu.

Através da filha; Andréia,

Foi em Goiânia morar,

E o seu primeiro emprego,

Foi difícil de arranjar,

Tinha cartas, mas não eram,

Referencias do lugar.

Quando conseguiu trabalho,

Alegrou seu coração,

Os companheiros eram de,

São Luiz do Maranhão,

Dai pra frente o trabalho,

Parecia diversão.

Durante as suas andanças,

Foi Pizzaiolo e Padeiro,

Trabalhou em Pescaria,

Foi duas vezes Garimpeiro,

Foi Servente e foi Garçom,

E também foi merendeiro.

Trabalhou para Eventos,

Demonstrava qualidades,

No Estado de Goiás,

Foi em diversas cidades,

Só da morada em um Haras,

Lhe restam muitas saudades.

De Indianápolis pra Jair,

Depois para Canaã,

Foi trabalhar em Brasília,

Mas tudo aquilo era vã,

Veio a morar num Setor,

Ao sair de Canaã.

Jeré trabalhava na,

Carola Pizzaria,

Quando esta firma deu queda,

E ele de lá saia,

Foi trabalhar no Peixinho,

Restaurante e Pizzaria.

E desde dois mil e nove,

Ele encerrou a jornada,

Pois agora ele trabalha,

Com a carteira assinada,

Pra ele e sua família,

Nunca mais lhe faltou nada.

Hoje em dia ele é feliz,

Junto de sua família,

Este é seu maior orgulho,

Também uma grande trilha,

Seu trabalho na Trateck,

BR Belém Brasília.

Visto que aquela empresa,

Fez construção de primeira,

E a BR que une,

A Capital Brasileira,

Com o resto do país,

Desta terra brasileira.

Mas o seu maior orgulho,

E grande agradecimento,

São seus filhos e a esposa,

Que grande contentamento,

Vê-los crescidos e formados,

Sem ter maior sofrimento.

O seu agradecimento,

Primeiro a Deus nas alturas,

Ao depois a sua esposa,

Companheira de aventuras,

Os filhos que não seguiram,

De seu papai as loucuras.

Tem um lema nesta vida;

Humildade e respeito,

A responsabilidade,

Que o faz seguir direito,

Também a humanidade,

Que sempre lhe traz efeito.

Tem três filhas e dois filhos,

O seu orgulho e paixão,

Adréia e Alean Regina,

Pela nobreza que são,

E Ariadna a caçula,

Bondosa de coração.

O Renato e o Rogério,

Lhe fazem viver contente,

São elegantes, bonitos,

Esbeltos e inteligentes,

Nem só para Jeremias,

Mas sim para muita gente.

E quem lhe deu tudo isso;

A sua esposa querida,

Ela teve paciência,

Nos anos de sua vida,

E nunca esqueceu que tinha,

Obrigações com a lida.

Durante essas aventuras,

Varias vezes foi morar,

No Estado de Mato Grosso,

Capital de Cuiabá,

Goiânia e Porto Velho,

Também nova Cuiabá.

Do norte do Maranhão,

Ele saiu sem ter medo,

Guajará Mirim e Acre,

Enfrentou serra e degredo,

Em Rio Branco por duas vezes,

E Dom Peixoto de Azevedo.

Foi lá na Serra Amazônica,

Tomou pompôlha e balão,

Veio a Paranapanema,

Expor sua opinião,

Pesquisou a Pedra Preta,

Tirou sua conclusão.

Depois voltou para o Acre,

Rondonópolis e Xapuri,

Foi pra Sena Madureira,

Passou uns dias ali,

Depois foi pra Brasileia,

Saindo de Xapuri.

Dessa viagem que fez,

Desde Sena Madureira,

Ao chegar em Brasileia,

Atravessou a fronteira,

Aquela gente era boa,

Mas não era brasileira.

Retornou a Rio Branco,

Mas ali não quis ficar,

Retornou a Porto Velho,

Procurando onde morar,

Veio embora pra Goiânia,

Não quis mais sair de lá.

A família e os amigos

Muito quero agradecer

E as suas aventuras,

Aqui tentei descrever,

Mas sei que ficou assuntos,

Que a gente pode esquecer.

E desta grande aventura,

Tirei parte com certeza,

Seus amigos e a família,

Vão ver de perto a beleza,

E verão que aventuras,

São coisas da natureza.

Muito obrigado eu fiquei,

Pela sua confiança,

Contar sua aventura,

Falando de sua andança,

De te encontrar mais vezes,

Inda me resta esperança.

Quero que leia meus versos,

Como fora revelado,

Citei as informações,

Do jeito que foi contado,

A você e a família,

Eu direi muito obrigado.

Gedeão Cavalcante.

Junho de 2014.

Gedeão Cavalcante
Enviado por Gedeão Cavalcante em 02/07/2014
Reeditado em 30/08/2014
Código do texto: T4867541
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