Anéis de Saturno
Inspirado em "Recomeço"
da querida poetiza "Arana do Cerrado"!...
Anéis de Saturno
A nossa outra metade, pensamos estar no outro. Na cama, nos lençóis, nos travesseiros....
Nos galhos secos, nos jardins áridos e floridos do Éden. Mas a falta que falta, pode se completar nos intensos intervalos e devaneios que fazemos nos corações da POESIA.
Partículas de solidão, se acumulam nas paredes, feito fungos e ácaros...Se entranham pelos pequenos buracos, imperceptíveis no reboco. Rasgando como lâmina, fere a pele.
A solidão caminha em passos lentos e caudalosos pelas entranhas da Vida e olha os abismos dos Céus ao mesmo tempo.
Tudo é difuso entre Céus e Terra. Em cada gaveta, se escondem segredos e teias, feito sangue correndo nas veias de tanto pulsar pelo recomeço de tudo.
Os porões se abrem e exalam cheiro azedo de mofo. As teias camufladas, (aquelas que não vemos), habitam as lembranças e recordações....
A garganta se abre para sugar o néctar das esperanças. Talvez o último comboio.
A madrugada e seus silêncios são a melhor parte de todas as reflexões filosóficas. Fico aqui, quieto, por um tempo, observando os Anéis de Saturno, na imaginação. Ouvindo o som do nada e do tudo ao mesmo tempo em Poesia. A Vida tatuada por cicatrizes, será sempre um eterno recomeçar.
Tony Bahi@.