Futuro do pretérito
Ele escreveria, recitaria versos de uma poesia sem sentimentos. Mas não o fez, preferia dizer palavras sem sentido que satisfaria e preencheria a ausência de sonhos. Talvez fosse o que deveria ter feito, mas não podia dizer nada pois seus lábios cerravam diante o efêmero desejo da existência.
Era o delírio, o pesadelo do alívio de estar liberto. Seria o estopim, mas o ódio era pouco perto da esperança, ou talvez a loucura seria o alicerce da dramática e lúgubre rotina de estar vivo.