Problemas técnicas
O escritor, no alto do delírio, ao perder a criatividade, na sua mente, imagina a cena seguinte. Pega um telefone e faz uma ligação:
“ – Departamento de criatividade. Em que posso ajuda-lo senhor?
- Olá. Estou enfrentando problemas com criatividade.
- Senhor, lamentamos o inconveniente, mas, no momento estamos com problemas técnicos. Por que o sr. não tenta mais tarde?
- Mas já tentei isso o dia todo e sempre dizem a mesma coisa.
- Lamento muito, meu senhor, mas, o problema ainda perdura. Olha, não estou na posição de recomendar nada, mas, porque o senhor não relaxa um pouco. Vá se distrair, tome um ar. Certamente, ao voltar a sua atividade, o departamento lhe dará toda a criatividade.
- Pois bem, é isso o que irei tentar.
E o escritor o telefone logo desliga. Lá fora segue a vida. Lá dentro, ele a lutar
Uma luta perdida para ter a criatividade esquecida e textos novos poder voltar a criar
O escritor, ser ignorante, não para de pensar um instante no texto que tem de acabar
Êta ser sofredor! É uma misera engrenagem de uma deturpada sociedade
Se acha no dever de fazer a sociedade se entreter
E refletir, os problemas que ele por ventura possa a escrever
Mas o escritor, não é um ser social. Seu papel é malquisto na sociedade atual
E o escritor, para maior inspiração, sempre precisa estar na solidão
Pobre é o escritor que finge ser um ator para poder demonstrar o amor
É moleque travesse este escritor! Fingindo sentir dor para agradar ao leitor
E como é recompensado esse vil escravo da escrita?
Tendo um bloqueio de criatividade – eis uma triste realidade
Não escrevendo nada. Nada de novo relegando a humanidade.
E lá segue o estúpido abençoado. Pensando como um condenado
Em como concluir os escritos. A frustração traz alguns gritos
Escritor faça-se um favor. Largue a literatura e vá viver!
Há um mundo grande lá fora, esperando para te conhecer
Você não tem mais que sofrer. Largue da caneta e do seu saber