Me negar II
"Por quanto tempo agüento?"
Esta foi a última pergunta antes do mergulho derradeiro.
Com uma faca de osso serrei todos os meus tendões: Para o bem e para o mal.
Lentamente, não me reconheço mais. Embora a trilha de sangue indique de onde vim, não sei mais o que sou.
Era tolo, Sonhava. Sonhava ser tolo ou tolamente estava a sonhar?
É indiferente: desisti de sonhar.
Agora, fico assim, acordado.
Com os olhos secos, sempre abertos.
E fico assim, com sede.
Com a boca em talhos, áspera.
E fico assim, surdo.
Com os ouvidos preenchidos por um zumbido mórbido: o som do vazio.
Dormente. Anestesiado pelo que não sobrou de mim.