cidade

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subúrbio

nas caixas de sapato alugam-se sonhos

e a luz da vizinha se faz de lua cheia

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as pernas traseiras e o quadril esmagados pela roda de um ônibus

a língua e os olhos saltados pra fora da cabeça pela violência do acidente

quase nem tinha mais moscas de tanto tempo que estava ali

na osvaldo aranha eu vi um vira-lata atropelado

a cidade os ônibus a fumaça o barulho

o conforto do concreto

o pesadelo do concreto

e aquele bicho morto

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