ANOITECER

Anoitece.

Olho para as luzes difusas

do entardecer que devagar

vão se vestindo de negro.

Nasce a primeira estrela.

Não há lua.

Cá embaixo brilham as primeiras luzes

e, de repente o mundo,

parece um castelo iluminado.

Vejo os carros que seguem

e nas casas,

o aroma do jantar.

Penso em mim.

Ouço vozes indefinidas

de quem passa pela rua.

A brisa cálida, dá lugar

a um ventinho gelado

que pede aconchego.

Que não tenho. Estou só.

O telefone toca

e me tira do devaneio.

Alô! Não é para mim.

Volto ao meu sonhar.

Onde será que andam todos?

O agito na rua me faz pensar

que o mundo está a comemorar

alguma coisa. O que será?

Acendo as luzes da casa

antes que me perca de mim mesma

na escuridão.

Há o tic-tac do relógio.

Há o silêncio da noite.

Mais uma noite,

na imensidão do tempo.

Ao balanço das horas,

também ficarei

entre o real e o sonho, num divagar

que irá,

até a noite se perder na madrugada...

-Interação do querido Aleixenko-

ANOITECER (numa casa ao pé da serra)

Faz-se um calor de mormaço

Nuvens de algodão toldavam o sol

Horizonte em vermelhidão de sangue

Cresce a sombra da serra sobre a casa

Lindo ocaso!

Bruxuleia uma falsa claridade

Acontece o anoitecer

Estrelas brilham no céu

Acende-se o candeeiro

Viventes noturnos se manifestam

O gado chegou para o pernoite

Late o cachorro para afugentar intrusos

O gato aninha-se no balaio

Aquieta-se o homem na fornalha

A mulher convida para a cama

Simplesmente Romântica
Enviado por Simplesmente Romântica em 17/06/2014
Reeditado em 18/06/2014
Código do texto: T4847869
Classificação de conteúdo: seguro