ANOITECER
Anoitece.
Olho para as luzes difusas
do entardecer que devagar
vão se vestindo de negro.
Nasce a primeira estrela.
Não há lua.
Cá embaixo brilham as primeiras luzes
e, de repente o mundo,
parece um castelo iluminado.
Vejo os carros que seguem
e nas casas,
o aroma do jantar.
Penso em mim.
Ouço vozes indefinidas
de quem passa pela rua.
A brisa cálida, dá lugar
a um ventinho gelado
que pede aconchego.
Que não tenho. Estou só.
O telefone toca
e me tira do devaneio.
Alô! Não é para mim.
Volto ao meu sonhar.
Onde será que andam todos?
O agito na rua me faz pensar
que o mundo está a comemorar
alguma coisa. O que será?
Acendo as luzes da casa
antes que me perca de mim mesma
na escuridão.
Há o tic-tac do relógio.
Há o silêncio da noite.
Mais uma noite,
na imensidão do tempo.
Ao balanço das horas,
também ficarei
entre o real e o sonho, num divagar
que irá,
até a noite se perder na madrugada...
-Interação do querido Aleixenko-
ANOITECER (numa casa ao pé da serra)
Faz-se um calor de mormaço
Nuvens de algodão toldavam o sol
Horizonte em vermelhidão de sangue
Cresce a sombra da serra sobre a casa
Lindo ocaso!
Bruxuleia uma falsa claridade
Acontece o anoitecer
Estrelas brilham no céu
Acende-se o candeeiro
Viventes noturnos se manifestam
O gado chegou para o pernoite
Late o cachorro para afugentar intrusos
O gato aninha-se no balaio
Aquieta-se o homem na fornalha
A mulher convida para a cama