Bagagem
E aqui estou eu... escrevendo sobre ti mais uma vez! Mas só pelo motivo de eu não conseguir te tirar da cabeça mesmo depois de todo esse tempo. Eu deveria ter feito isso, não é?
Bem, eu sei que tu seguiu a tua vida e agora vive como se eu nunca tivesse feito parte dela. E eu deveria estar fazendo a mesma coisa. Deveria agir como ti. Deveria te ter apenas como um conhecido. Deveria apenas te cumprimentar com um aceno de cabeça e um sorriso torto... Mas eu ouço nossas músicas e como se tu ainda fosse meu. É como se nossas vidas ainda fossem uma só! É como se todas as tuas palavras e todas as tuas juras ainda fossem verdadeiras. É como se aquele teu amor ainda fosse meu!
Não sei se você já tem um outro alguém na tua vida, se vai ler este texto ou até mesmo se ainda lembra de mim... mas eu lembro de ti, de todos os beijos, de todas as músicas, todos os sorrisos e todos os olhares e todos os "eu te amo". E lembro também que era tudo uma farsa.
Bem, isso já não me magoa mais, não me dói. A ferida está cicatrizada. Mas ainda tem uma cicatriz, uma "marca de guerra" que me faz lembrar de ti. E tudo isso não passa de nostalgia enquanto escuto Los Hermanos e lembro que nós cantávamos a plenos pulmões nossas músicas favoritas. É só lembrança. E eu, definitivamente, não sinto nada além de saudade da pessoa que tu me fez ser. Mas saudade passa. Assim como tudo que um dia eu senti por ti, passou. Vivi bem e vivo livre. Presa a ti somente pelas lembranças e pelos meses que tu me roubou. Mas eu não me importo de ter memórias em minha bagagem. Quanto mais malas tenho em minha mão, mais aprendizado eu carrego comigo. E não me importo com o peso delas sobre meus ombros, agora sei viver.
Agradeço pelo tempo que me roubaste, pelas memórias que me presenteaste, mesmo que indiretamente. Muito obrigada pela dor. Agora eu aprendi.