A CASA DO ESCRITOR
Sobretudo à noite, gosto de olhar pro céu
para admirar as belezas astrais tão bem
construídas pelo Supremo Arquiteto
do Universo, O Pai Celestial. E não tenho
nenhuma dúvida, quanto a presença
de outras vidas humanas, habitando
nos inúmeros orbes do Infinito Cosmo
sideral. Olho o céu noturno, quase
sempre, com alma de poeta, buscando
inspiração para compor os versos que
me auxiliem em minha edificação
espiritual. São instantes sublimes
de êxtase poético que aceleram o meu
coração, mas fico com a sensação
agradável de leveza espiritual, como
se flutuasse fora do vaso carnal.
De súbito, vejo chegar ao recinto
doméstico uma entidade luminosa,
que me transportou tão rápido,
que não me vi viajar pelo espaço
espiritual. Quase perto do lugar que
queria me mostrar, avistei uma bela
casa, tão suntuosa, quanto simples,
que parecia flutuar no espaço. Antes
que lhe perguntasse algo, o luminoso
espírito logo me esclareceu: ela é
flutuante porque é móvel e itinerante.
Ora está num lugar, ora noutro. Eu lhe
trouxe aqui para lhe mostrar uma
colônia espiritual que tem tudo a ver
com você. Curioso, indaguei-lhe: por que
tem tudo a ver comigo? Trata-se da Casa
do Escritor! É dela que os seus irmãos
e amigos escritores desencarnados
lhe assessoram em seus textos literários.
Sobretudo os textos que proporcionam
edificação espiritual para você e para
os que o leem. E é para ela que você vem
quando desencarnar. Muito emocionado
quis entrar na Casa ( rodeada de árvores
frondosas, de pátios com canteiros floridos,
sustentada por colunas em todo o seu redor,
e telhado construído em forma triangular),
onde certamente ia me sentir bem à vontade.
Mas o meu mentor espiritual não me permitiu,
dizendo-me que ainda não era chegada a hora.
E que no meu porvir eu iria ter muito tempo
para desfrutar de tão saudável e construtiva
morada espiritual. Quando retornamos com
a mesma rapidez, a entidade devolveu-me
ao meu corpo físico, que estava em pé, diante
da janela do quarto do fundo de minha casa,
olhando embevecido para o céu noturno,
como sempre, tão bem povoado
de luminosas estrelas!