Fusão Filosófica

 
Foi assim: fizemos tudo despu(dor)a(da)(mente), em pleno Café, à vista de todos. Uma fusão filosófica.

Quem começou foi ele. Provocou-me com uma fala fálica que umedeceu minha vagina imaginária. Meu lado fêmea descruzou as pernas auditivas e dilatou retinas súcumbas. Veio com preliminares propositivas. A língua eriçando erísticas. Meus seios pontuaram anseios. Ele penetrou. Senti a cabeça pulsando postulados. Polução precoce, premissas vagas.

Era minha vez. Meus dedos tocaram seus pelos pubi(ânus) com deduções até sua vulva virtual. Penetrei já ejaculando especulações espermáticas. 

Fecundamo-nos na dialética.

Gozamos... de nós, do mundo, da vida.

Tudo explícito, mas ninguém notou. Entretidos em teorias de trajes (não se despiam), despistando dietas (não se tocavam), murmurando marasmos (não tinham orgasmos). Já tinham sido fodidos e não faziam conta, a não ser das notas para pagar o café. 


Créditos da foto: Thorsten Jankowski.
Well Coelho
Enviado por Well Coelho em 08/06/2014
Reeditado em 08/06/2014
Código do texto: T4836785
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