Chagas do Passado
Sem fé em Deus, o homem, perante, é e sempre será insuficiente.
Mas
aquém cujo destino ao desdém provém massacrado, ainda resguardo, porém,
a minha fé pequenina.
Não por Deus, é claro, mas em meio ao que o destino me lançou praguejado.
Por isso não posso e não aconselho,
destinar nada daquilo que escrevo, porque parte de mim está ali,
exposta
como chagas das mendicâncias, muitas vezes açoitada pela penumbra incompleta das sobras
e que ficou prostrado na minha existência como sangue que seca ao chão.
Mas não só isso, mas em meio a isso, venho conservar desse passado de inexistência,
como forma de apelo e referência, para que eu ainda possa agarrar nem que seja por um último fio de esperança
e que dele eu possa nutrir um futuro de novos valores e conservar minha subsistência.
"Porque a mim
a vida não teve clemência".
Mas ainda que pequenina, pondero, amém, que a esperança não está morta, pois todos os dias e pra toda eternidade,
detenho, que a fé, é quem guia novos caminhos.