O Compartilhar e o Tomar (Cap. l )

Cap. I

Gostaria de me esquivar de toda uma incompreensão.

De toda uma tomada de conflito.

Nunca gostei de bater em pessoas e já fiz com medo de errar.

Machucar outro Ser.

Discutir com corpos.

A natureza do animal tem lá suas demonstrações de defesa.

De instinto.

Mas atacar a punhos tem a mesma intenção do metal e da pólvora...

Destruir.

Acabar com o momento, definir a briga.

Sagrar-se vencedor...

Ganhar.

Aniquilar o adversário,

Ferir a honra.

Matar.

Faz tempo que não ataco...

Nem pelos flancos

Nem pelas bases,

Nem na raiz.

O que me resta é a defesa.

A retranca e seus lapsos explosivos de contra atacar.

Só dá resultado no ato, depois é nada.

Não valera de nada a situação.

As palavras não deixam hematomas.

Doem, cicatrizam, mas dissolvem com a inocência.

O valor humano medido por tapas...

O valor espiritual posto de lado...

Pois as vias, de fato, degeneram o tolerar.

Todos perdem a cabeça quando a lamina da discórdia cai sobre ela.

Do contra gosto, do diferente, da oposição, das intrigas e dos desentendimentos.

A civilidade real é o argumento.

Arma que desarma qualquer competição, disputa, discórdia.

A troca de razões seja ela voltada pro compartilhar de entendimento é de longe mais divina do que a troca fechada de mãos.