SOL - A Marlene Toledo
Na manhã de 05 de junho de 2014
Texto de 2004
O Sol nunca nasce nem se põe do mesmo modo, seja no campo, seja na cidade, seja no mar. Sempre nasce e se põe em beleza, mas, tirante alguns campos abertos, é no mar que se encontra em perfeita liberdade.
Quando um banhista acorda antes de todos os outros e se põe, de pés nus, a caminho do mar, do azul e do Sol; quando se queda diante dos primeiros raios dourados a emergirem das águas, ele, banhista, torna-se espectador de seu próprio nascimento. Sol fora, Sol dentro: simultaneamente.
Quando o Sol se põe, vai morrendo em explosão de cores, vai desaparecendo nas águas em mistério e beleza e, quando o mesmo banhista se percebe também a morrer assim, vive esta morte doce como perfeita transubstanciação do seu corpo nas águas. Como o Sol, caminha para outro modo e espaço de ser, permanecendo o mesmo ser, na eternidade que lhe pertence.
Abraço grande, amiga.
REPUBLICAÇÃO.