MEU DEVER
Que direito eu tenho para destruir esse dom
Para deixar de agradar
Poucas almas que ainda se contentam
Com amor.
Que direito tenho eu
De desistir da vida
De sepultar os sonhos.
De maldizer os fatos
As minhas alegrias.
Como deus (com letra minúscula mesmo) irá me punir
Por desistir por tão pouco
De ceder e não mais levantar
Diante do primeiro obstáculo.
O que será daqueles que acreditaram em mim
Que viram na minha face
Um lampejo de esperança,
Raro nesses dias de covardia.
Como posso desistir tão cedo,
Como posso abrir mão do dom
Que me foi concedido?
Não é hora de ser covarde,
É hora de lutar.