DUALIDADE

Não te amo como as flores murchas em fim de primavera, nem como as águas sujas dos pântanos estagnados; te amo como as flores viçosas, ornando os jardins qual doce quimera; ou como as águas potáveis do rio, fluindo por entre os peixes dourados. Não te amo como as tristes paisagens secas dos sertões, nem como o tempo nublado dos pálidos dias invernosos; te amo como os aspectos alegres da flora tropical nos verões; ou como as nuvens brancas sob o céu azul nos dias esperançosos. Não te amo como as almas, expiando as faltas nos vales umbralinos; nem como os atos odiosos exalados dos seres trevosos; te amo como as almas regeneradas, nutrindo-se de virtuosos tinos; ou como os seres angélicos, emanando de suas consciências puras os bens luminosos. Não te amo como as paixões mundanas, oriundas das almas inferiores; nem como as ações egoístas que visam o bem-estar a si, em detrimento do bem-estar da coletividade; te amo como as hostes espirituais virtuosas, que exercitam e semeiam os amores superiores; ou como as almas aprendizes que se ocupam com o próximo, doando-lhe nas ações afetivas: paz, amor, humildade e caridade!

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 05/06/2014
Código do texto: T4833169
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