A cabana de praia
"Como é doce viver nas longas praias
Nestas ondas e sol e ventania!"
(ÁLVARES DE AZEVEDO)
"Ah! Si le roi nous lisait dans son Louvre – ô ma muse inabritée contre les orages de la vie –, le seigneur suzerain de tant de fiefs qu'il ignore le nombre de ses châteaux, ne nous marchanderait pas une chaumine!"
(ALOYSIUS BERTRAND)
Queria ter uma cabana de praia.
Ela seria toda enfeitada com conchinhas, corais e estrelas-do-mar, ofertados a mim pelo oceano como um sinal de amizade.
De manhã, eu caminharia pela praia com a princesa Sarah, ela, a regente de meus sonhos, sem sentir nada que não fosse amor em nossos corações e a areia fofa e úmida em nossos pés e entre nossos dedos.
À noite, nos deitaríamos na areia, observando primeiro as estrelas, derramando bênçãos sobre nós como anjinhos distantes, e depois o oceano, o velho oceano, tão cheio de mistérios. Então, voltaríamos à nossa tão adorável cabaninha, e contemplando outro oceano ainda mais misterioso, que são os olhos negros de Sarah, dormiria.
Ah, Senhor Deus, tu negaste até então todas as minhas orações, se ainda tens compaixão deste pobre coitado não negue-lhe uma simples cabaninha antes que ele morra tal como suas ilusões morreram!