A vida é bela. Sim, porque somos a vida. Enquanto existirmos ela existirá.
A vida é boa porque gostamos da vida que vivemos.
A vida é má? Algo errado, porque então não estamos fazendo a vida valer a pena ser vivida.
Certa vez, há muito - ainda era uma jovem - eu estava fazendo trabalhos voluntários e entrei numa casa na favela que somente tinha um fogão a gás, alguns colchões espalhados pelo chão e uma pequena mesa, não vi nenhuma cadeira. Apesar da simplicidade da casa tudo nela era bem limpo. Conversando, com a senhora, dona da casa, ela me disse que amava viver pois a vida era muito bonita. Eu não consigo esquecer daquela senhora que tinha tão poucos bens materiais e me recebeu em sua casa com um rico sorriso. As horas perto dela não eram sentidas pois quando percebi já havia anoitecido. Mesmo tendo pouco a oferecer ela fez questão de cozinhar uma polenta com carne moída - que por sinal estava uma delícia - e me servir. Quando me lembro daquele momento em que fui em sua casa para ensinar-lhe coisas e quem aprendeu foi eu, os meus olhos marejam.
Aquela senhora achava a vida linda e gostava de estar nela porque tinha (se estiver viva tem) a alma bonita. Apesar da pobreza em que vivia ela se sentia bem. Ser feliz é sentir em si satisfação e contentamento. E isto aquela senhora, mãe de muitos filhos, sentia. Seus olhos se alegravam ao falar de seus rebentos, pois eles eram seus tesouros. Ela foi um grande aprendizado em minha vida. Uma constatação da real felicidade.
Foram e são as minhas observações sobre as vivências (vidas) das pessoas que encontro, que foram e vão me formando.
No dia dos idosos, novamente voluntariado, ouvi de uma das senhoras quando foi perguntada quantos anos tinha suavemente responder: "Meu amor, eu não tenho anos, eu tenho vida".
Somos vida! A vida é linda quando somos lindos. A vida é ruim quando não sabemos ser bons e nos tornamos feios.
Existem muitas injustiças no mundo porque apesar de sermos vida e de sentirmo-nos felizes, somos seres egoístas e egocêntricos. Na verdade, pouco nos preocupamos com o bem alheio. Isto quer dizer que cada vida pode sim causar voluntária ou involuntariamente as injustiças ao semelhante.
Pois, o fato de que os muitos dos que tem pouco para sobreviverem se sintam felizes me diz que estas pessoas poderiam estar aproveitando ainda melhor as coisas bonitas que existem no mundo, se o altruísmo imperasse nos seres que conquistaram um espaço mais privilegiado e vantajoso.
Quando leio coisas escritas tais como: "a vida é linda porque nos acaricia..." Eu não compreendo porque talvez as pessoas que assim a descrevam, acredito que pensam que a vida seja algo com pernas, com braços e coração; como se a vida fosse algo abstrato e ao mesmo tempo humano. E isto é impossível, porque a vida está dentro de cada ser. Eu entendo a vida como cada um. Quando falo a minha vida, estou falando do que eu consigo contribuir nela, no que eu como cidadã e ser humano deposito nela (na vida).
Sou eu quem acaricio. Portanto eu sou a vida. A vida é cada um de nós. Há os que morrerão sem ter esta consciência de si. Há os que morrerão sem ser belos.
A vida é boa porque gostamos da vida que vivemos.
A vida é má? Algo errado, porque então não estamos fazendo a vida valer a pena ser vivida.
Certa vez, há muito - ainda era uma jovem - eu estava fazendo trabalhos voluntários e entrei numa casa na favela que somente tinha um fogão a gás, alguns colchões espalhados pelo chão e uma pequena mesa, não vi nenhuma cadeira. Apesar da simplicidade da casa tudo nela era bem limpo. Conversando, com a senhora, dona da casa, ela me disse que amava viver pois a vida era muito bonita. Eu não consigo esquecer daquela senhora que tinha tão poucos bens materiais e me recebeu em sua casa com um rico sorriso. As horas perto dela não eram sentidas pois quando percebi já havia anoitecido. Mesmo tendo pouco a oferecer ela fez questão de cozinhar uma polenta com carne moída - que por sinal estava uma delícia - e me servir. Quando me lembro daquele momento em que fui em sua casa para ensinar-lhe coisas e quem aprendeu foi eu, os meus olhos marejam.
Aquela senhora achava a vida linda e gostava de estar nela porque tinha (se estiver viva tem) a alma bonita. Apesar da pobreza em que vivia ela se sentia bem. Ser feliz é sentir em si satisfação e contentamento. E isto aquela senhora, mãe de muitos filhos, sentia. Seus olhos se alegravam ao falar de seus rebentos, pois eles eram seus tesouros. Ela foi um grande aprendizado em minha vida. Uma constatação da real felicidade.
Foram e são as minhas observações sobre as vivências (vidas) das pessoas que encontro, que foram e vão me formando.
No dia dos idosos, novamente voluntariado, ouvi de uma das senhoras quando foi perguntada quantos anos tinha suavemente responder: "Meu amor, eu não tenho anos, eu tenho vida".
Somos vida! A vida é linda quando somos lindos. A vida é ruim quando não sabemos ser bons e nos tornamos feios.
Existem muitas injustiças no mundo porque apesar de sermos vida e de sentirmo-nos felizes, somos seres egoístas e egocêntricos. Na verdade, pouco nos preocupamos com o bem alheio. Isto quer dizer que cada vida pode sim causar voluntária ou involuntariamente as injustiças ao semelhante.
Pois, o fato de que os muitos dos que tem pouco para sobreviverem se sintam felizes me diz que estas pessoas poderiam estar aproveitando ainda melhor as coisas bonitas que existem no mundo, se o altruísmo imperasse nos seres que conquistaram um espaço mais privilegiado e vantajoso.
Quando leio coisas escritas tais como: "a vida é linda porque nos acaricia..." Eu não compreendo porque talvez as pessoas que assim a descrevam, acredito que pensam que a vida seja algo com pernas, com braços e coração; como se a vida fosse algo abstrato e ao mesmo tempo humano. E isto é impossível, porque a vida está dentro de cada ser. Eu entendo a vida como cada um. Quando falo a minha vida, estou falando do que eu consigo contribuir nela, no que eu como cidadã e ser humano deposito nela (na vida).
Sou eu quem acaricio. Portanto eu sou a vida. A vida é cada um de nós. Há os que morrerão sem ter esta consciência de si. Há os que morrerão sem ser belos.