DESÍGNIO

Resolvi que vou te buscar; quem sabe aos cinquenta e isso não teria a mesma inconsequência e o delírio dos vinte,mas teria a consistência do tempo não convivido.

A certeza desse amor de granito fortalecido em camadas, formando desenhos, por tanto tempo de ausência. Escara contida na carrara dos mármores em mim empedrecidos.

Teria a ciência, a paciência, a delicadeza, o bom humor; depois de tantas perdas acumuladas no plural - punhal da vivência.

Claro que também teria suas incongruências, pois que nada é perfeito nem definitivo.

Mas ir te buscar é comemorar com bodas de platina o que nunca se apagou das minhas plaquetas, é o que volta ao meu planeta e nunca deveria ter partido.

Órbita que gira ao redor do elemento da sua terra, que vem do mês de maio até o raio da minha cabeça, que parte e reparte minha alma em esferas inconcluídas, estrelas e cometas desabam com brilho na sua direção.

Te buscar ainda é meu desígnio.

Helena Istiraneopulos
Enviado por Helena Istiraneopulos em 10/05/2007
Reeditado em 11/05/2007
Código do texto: T482309
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.