Intento, cisma e fervor

Aquele senhor

no seu barco, remava,

fugia, partia.

Me levava ao profundo

do que se pode ser.

Sem pretensões, decisões

focos para insistir,

votos de futuro,

como quem quer ficar, mimosear

de amanhecer até amanhecer.

Suas terras eram de anelo

desejo, volúpias insolentes

que só a lascívia loquacidade

pode descrever.

Minhas sementes,

fixas, exatas, fraternas

Não encontraram nenhum grão se quer

raiz que condiz

com a estabilidade do meu ser.

Ele era areia

movediça, seca

sem espaço para

minhas sementes

que agora, anseiam por partir.

Minhas aves não se encaixam

em seus galhos

que não ferem,

quando parecem desejar ferir

ao fugir.

Me entrego as lições, frustrações

e todo o noviciado que ele pode deixar.

Só se sente uma vez.

Só se ama uma vez.

Só se vive uma vez.

Nesse barco não senti,

não amei,não vivi.

Apenas posei, guardei minhas sementes

mas que muito desejei

antes de partir.

Ele continua,

sendo sinonimo de apego,

intento, cisma, fervor

e toda essa loquacidade

possível de descrever.