O POETA

Como pode o peta ser tão ligado ao mundo e mesmo assim viver de palavras, sons, cores e sensações!? Como pode ele ser um e milhares, tão sensível e seco ao mesmo tempo; tão distante do mundo, alienado, trôpego!? Como pode sofrer o poeta; se achar pequeno, vulnerável e gostar de tantas vírgulas sem ponto!? Os sinais por mais que queira não vão expressar o que sente e por mais que use de interrogações e exclamações, somente o borrão no papel da vida e a nota dissonante no violão é que vão mostrar a verdadeira faceta da abstração, do incompreensível na comunicação; com o mundo, as pessoas e o outro que o anula. Triste acordar poeta e dormir tão sozinho com o todo que não o abarca ignorando sua essência, triste nascer poeta e triste, numa mente ébria cheia de lapsos de lucidez e clarividência, o mundo não é dos poetas, nem dos artistas, o embaraço mental e a torpeza os faz frágeis afinal só mentes ébrias são capazes de peripécias.

jonnez
Enviado por jonnez em 22/05/2014
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