Jilós e limões
Quando as manhãs são insípidas e escorrem para as tardes como os momentos que não findam, comparo-me aos escuros e sujos rios a correrem tristemente buscando o oxigênio abandonado em sua fonte.
Nunca procurei o amargo, mas admirava imensamente quem o suportava se deliciando em pratos de jilós e neles quis exercitar as relacões dos tempos eternos.
Queria chupar limões sem fazer caretas, e assim descobri que, às vezes, é preciso salgar, ao invés de adoçar, para suavizar a vida.
Mas o meu problema real não eram jilós nem limões...
O grande dilema era saber dosar os doces e as manhãs ensolaradas...
Saborear delicadamente, demoradamente...
sem buscar o fastio nem o eterno.