solitude
as luzes da rua pingam as gotas da chuva
são cortinas iluminadas que não espantam sombras.
a solidão é um general hitleriano assombrando-me de olhos fixos
incendiando-me convulsões em gases de ausências
debato-me isolada no chão da madrugada
na escuridão do meu interior
congelando no vazio que tomou posse das horas;
veio sorrateiro como neblinas no mar
engolindo os ecos dos risos que horas atrás,
eram colunas tocando o céu e se fizeram repentinas ruínas
escorrendo pelas valas, como se nunca tivessem existido.
um doído suspiro puxa o cansaço para os olhos.
o general dá meia volta, sem dar-me conduto para a morte
- apetece ter-me viva em tortura -
permitindo só por um tempo que minha alma fuja
para os sonhos...
somente por um tempo