Ela era
Ela era uma poeta...
Que você não viu, mas sempre esteve ali.
Foi ela que levou café na cama,
Fez mousse de chocolate,
Era ela que limpava a casa todos os dias...
Pra deixar sempre organizada, bonita,
Limpa, confortável, acolhedora.
Sua indiferença e desprezo, fazia submergir
A guerreira combativa...
Esta sim, um certo “Q” de arrogância, prepotência, desafio.
Mas guerreiros e guerreiras, não fazem mousse, não cozinham,
Não levam café na cama, não limpam casa.
A poeta sempre esteve ali.
Apenas ocorreu, que você não viu.
Ela por sua vez, tão imatura, romântica talvez, ou simplesmente tola.
Não soube se mostrar no esplendor escancarado das verdades cruas...
Nada poéticas.
Cruas.
Belas justamente porque irrefutáveis, indubitáveis.
Inquestionáveis, avassaladoras...
Então, a poeta como você, não obstante sua poesia, foi também cega...
Insensível não experimentou o doce do perdão de seu limite..
Que também era o dela...