Luz na Escura Noite do Meu Oceano.
Minha alma derrama-se como a luz de um farol na escura noite da vida.
Meu mar , bravio ou sereno, recebe dessa luz espalhada na docilidade de um beijo ou no afago de mãos meninas que se recusam a crescer.
Nesta noite de outono, meu mar está escuro.
A lua mocinha envergonha-se de sua pouca luz e deixa de mostrar a face.
Um murmúrio suave vem parir em meu coração lembranças de um amor insistente.
Amores insistentes, pertencentes são presas da saudade e do afeto. Trancafiam-se em nós, acorrentados nas sombras de um esquecimento recheado de lembranças.
Teimoso, esse amor.
Acender o farol e alumiar o mar sereno é um trabalho titânico, agônico, doloroso e... lindo.
Lentamente, a fraca luz inicia sua trajetória de conquista.
Caminhante da esperança molha a escuridão com a leveza de sua claridade.
O sussurro das ondas...a languidez da lua envergonhada...a ausência de gaivotas... deixam espaço para um banho de luminosidade .
Gerado o encanto, fez-se a alegria de mostrar o horizonte
nos rápidos lampejos de um farol.
Rodopia-se a luz.
Firma-se a imagem.
A escuridão descansa em momentos mágicos.
Fortes em sua verdade, os pedaços do meu escuro mar ,
iluminados pelo farol do meu teimoso amor não se ressentem...
não questionam...se deixam mergulhar na luminosidade...
na claridade...na transcendência maravilhosa de apenas ser isso : um raio de luz na escura noite do meu oceano.