FAZER POR FAZER

Escrever pra que?

Fazer prosa ou rima

desenvolver o clima

na siombiose do ser?

De nada adianta

pois ninguém lê!

Se fosse um assassinato

um acidente

um assassino?

Um esquartejado menino

vísceras no asfalto, um assalto

legiões estariam aos cotovelos

saciando seus zelos

pois a morte fascina...

E se fosse menina

com genitálias rasgadas?

Ah! Seriam milhares

de "n" lugares

ávidos por fotos.

(Não prescisa rimar,

afinal não há ninguém pra notar!)

E motos?

Quebradas que ficam

debaixo de carros?

As pernas e braços

que ficam nas estradas

de sangue banhadas.

Os destinos?

A "veja"!

(É com "v" minúsculo, mesmo!)

Ver.

Sôfrego.

Quem não deseja?

Escrever pra que?

Se não mostrar desgraça

é talvez por pirraça

que ninguem quer saber...

... então o que resta

é FAZER POR FAZER.

Linaldo Oliveira - ( Composição fruto de um momento tosco do presente)