Os bons poetas içam as velas da poesia
desfraldam bandeiras
entre a cor e o vazio
e sentam valores em simetrias.
a pele arma-se
na incoerência
de versos e prosas
ilhada entre preconceitos
e maus juízos
pobrezas e mentiras
discorrem clichês
sobre sentimentos que não vê
sobre barcos a correr
é melhor evitar a loucura
de olhar pra fora
cá dentro é melhor
– o riso é entre dentes
borbulha amor
no banner da esquina
o silicone trai a menina
o asfalto é fétido
assustador
está tudo certo
nem saúde
nem educação
ausências insoletráveis
há televisão
o carro à prestação
num país que vale o roubo escancarado
correr atrás de bola
e fingir suar
cercado de dólares
os bons poetas
tropeçam em bananas
iludidos tropeçam
no descaso e no tédio
pintam-se de verde-amarelo os prédios
e pasmem
o povo chega ao nirvana
todos acreditam
todos gritam
avante
prá frente
Eu uma má poeta
impregnada de amor
grito sim:
- não sou macaco -
sou gente
desfraldam bandeiras
entre a cor e o vazio
e sentam valores em simetrias.
a pele arma-se
na incoerência
de versos e prosas
ilhada entre preconceitos
e maus juízos
pobrezas e mentiras
deixa secar a rosa
maus poetas caçam banalidadesdiscorrem clichês
sobre sentimentos que não vê
sobre barcos a correr
é melhor evitar a loucura
de olhar pra fora
cá dentro é melhor
– o riso é entre dentes
borbulha amor
no banner da esquina
o silicone trai a menina
o asfalto é fétido
assustador
no vaso a flor está murcha e ainda é flor
não há ênfaseestá tudo certo
nem saúde
nem educação
ausências insoletráveis
há televisão
o carro à prestação
num país que vale o roubo escancarado
correr atrás de bola
e fingir suar
cercado de dólares
os bons poetas
tropeçam em bananas
iludidos tropeçam
no descaso e no tédio
pintam-se de verde-amarelo os prédios
e pasmem
o povo chega ao nirvana
todos acreditam
todos gritam
avante
prá frente
Eu uma má poeta
impregnada de amor
grito sim:
- não sou macaco -
sou gente
E amo a flor