TÚNEL DO TEMPO

Encontro-me com o tempo,

Em questão de segundos,

Ao mirar-me feito espelho

Caminhante pelo mundo...

E nas linhas de tantas cidades

Entre o antigo e a modernidade...

No clarão do dia,

A meia luz,

Ou no olhar noturno...

Cada chão em que piso

Encontro-me com o inusitado...

Rebobinando-me em horas

Enroladas no passado...

E de minhas janelas,

Olhando-me para dentro...

Observo-me na platéia

Como nas grades de um detento...

Os tantos momentos do avesso

Passando por essa tela...

Alguns sorrisos disfarçados,

Outros tantos escancarados...

E assim, por alguns segundos

Retorno ao túnel do tempo...

Revivendo o que senti,

E o que havia sublimado...

É tudo tão engraçado,

Parece-me não ser Eu...

E entre o tempo e o espaço,

O aqui e o agora,

A verdade e a mentira,

A ligeireza e a demora,

Há tantas lacunas...

E me dou conta,

Somente agora.