Retomando o passado...
Oh! Minha alma vagueia sem destino!
Vou gemendo e pranteando de saudade de Binah, amor que me foi roubado. Oh! Exílio, martírio!
Vejo o mundo por uma fresta...
A lua como borboleta voejando me segue entristecida, aflita como quem perdeu um filho.
Os raios solares errantes despencam do firmamento e por uma fenda me tocam piedosamente.
Hoje sou um farrapo. Nada sei! Nada sei! Dajan com o corpo lânguido e olhar hebetado fazia sua amarga travessia no oceano.
Cá estou num navio negreiro, perdi minha identidade e sou apenas mercadoria. Já não mais me pertenço!
Vejo corpos sepultados, sugados pelas águas...
A morte é um axioma da vida que me faria encontrar em espírito, com Binah.
Vez por outra, Dajan lembrava que era filho de um rei de uma tribo.
Sendo um vencido de guerra pela outra tribo foi vendido como um mísero escravo. Seu coração estava esfacelado, pois era irmão vendendo irmão...
No seu monólogo longo e doloroso, o amor e a liberdade se tornaram tesouros perdidos.
A África chorava o rapto de mais um filho...
Magda Crovador