Passado Malvado

Um nó ainda é preso em minha garganta e dói.

Um dia sonhei sonhos tão lindos.

Senti a falta que faz o amor de uma mãe.

Mas eu a amei, como ama a criança inocente.

Minhas mãos pequeninas, imploravam perdão.

Um perdão por pecado algum cometido.

Os joelhos doíam na pedra, e um pai nosso rezava.

O cordão que batia eu sentia no lombo.

Uma vez, duas vezes até que seu braço cansado parava.

E a corda em meu pescoço, ela enrolava.

E pela calçada a mirrada criança arrastava.

O medo que tinha de ficar sem a mãe acabou.

O desejo de ir-se embora vingou.

E fui.

A mãe que sonhava ficou no passado.

A dor porém não ficou, e eu a carrego.

E infelizmente o passado é sempre lembrado.

ARLETE KLENS
Enviado por ARLETE KLENS em 11/05/2014
Reeditado em 12/05/2014
Código do texto: T4803178
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.