Passado Malvado
Um nó ainda é preso em minha garganta e dói.
Um dia sonhei sonhos tão lindos.
Senti a falta que faz o amor de uma mãe.
Mas eu a amei, como ama a criança inocente.
Minhas mãos pequeninas, imploravam perdão.
Um perdão por pecado algum cometido.
Os joelhos doíam na pedra, e um pai nosso rezava.
O cordão que batia eu sentia no lombo.
Uma vez, duas vezes até que seu braço cansado parava.
E a corda em meu pescoço, ela enrolava.
E pela calçada a mirrada criança arrastava.
O medo que tinha de ficar sem a mãe acabou.
O desejo de ir-se embora vingou.
E fui.
A mãe que sonhava ficou no passado.
A dor porém não ficou, e eu a carrego.
E infelizmente o passado é sempre lembrado.