A Decadência da Sociedade

Sem a menor dúvida, O.W., tenho saudades do passado. Era uma sociedade decadente e em ruínas, mas ao menos as pessoas tinham um pouco de criatividade.

O “hoje” não possui a menor graça!

Se você conhece um jovem, já conheceu todos. Parecem feitos em série, obedecem cegamente essa ditadura do modismo, onde o “ser” significa “parecer”.

Eles não pensam. Não tem nenhuma opinião além daquela que ouviram por aí algum dia e agora repetem como um gravador ambulante.

Se estiver na moda usar azul, todos usarão azul. Se esta na moda ser um ignorante desprovido de cérebro, todos serão ignorantes.

Na nossa época, protestávamos e sabíamos pelo quê. Afinal, arrancamos a cabeça de reis e fizemos revoluções.

Hoje eles gritam e nem sabem o porquê.

Antigamente me aventurava, intrigado com as novas personalidades que encontraria. Fossem elas recatadas e encantadoras, ou espalhafatosas e vulgares.

Mas a futilidade venceu. Todos iguais. Com a incapacidade de formar suas próprias frases ou de ao menos escolher as vestimentas de cada dia.

Não existem “do-contras”. E se – caso eu esteja enganado – existir algum, tenho certeza de que este é tratado como a escória ou lixo da sociedade, apenas por que num mundo onde todos dizem “sim”, ele disse “não”.

Apenas porque essa “ovelha negra” decidiu retirar a máscara que todos usam.

Mas mal sabem, que esses Párias. Esses Diferentes são os gênios que podem mudar o mundo. Mas não vão.

Por quê?

Ora, Oz, é óbvio o porquê.

Por que esta “Sociedade” insiste em transformar “gênios” em pessoas medíocres e vulgares. Irritantemente iguais.

E quando penso nisso O.W., quase desejo ser crucificado. Pois há maior pesadelo do que uma sociedade onde todos são exatamente iguais?

Amanda Nunhofer
Enviado por Amanda Nunhofer em 10/05/2014
Reeditado em 25/12/2014
Código do texto: T4801810
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