Devaneios I
Tal como Pessoa, sou pessoa para quem “o ideal seria viver tudo em romance, ler minhas próprias emoções e viver meu desprezo por elas”. Chego ao exagêro de romancear meu dia a dia e inventar situações: Cômicas, constrangedoras, ridículas – ridicularizo-me amiúde – mas povoo meus romances com egocêntricas considerações absurdamente superlativas. Absurdas, superlativas e impossiveis, porque é no seio do impossivel que me sinto eu mesmo, sugerindo que sou fruto de improbabilidades. Sou então improvável, maugrado as batidas mais ou menos arrítmicas do meu coração. Tenho, todavia, nesse arrítmico coração, uma fé inquebrantável no “Amor”! Acredito até que seja a unica fé que verdadeiramente me mantem a alma em vida…
Far-me-ia d´outra fé um seguidor
não fora a esta fé tão devotado
qual fé poderá ser mor que o amor?
q´outra fé me traria tão alimentado
d´alma e coração com tal fervor
q´a esse amor sou, à fé, acorrentado?