Ando cansado
de gente que morre,
de gente que mata,
do ódio com que nascem,
do amor que não aprendem.
Da vida e da morte, tudo igual
e de quem não sabe qual.
De gente que corre e corre
e não vê as paisagens.
Ando cansado
dessa gente barata
que se maltrata
e maltrata gente
e trata, depois distrata
essa gente abstrata,
irreal, anormal, coisa e tal.
Ando cansado
Dessa gente que pensa que pensa
e nem pensa na gente que fala,
a gente que sorri, que canta, dança,
a gente que encanta, porque encanta,
enquanto toda essa gente que não conta,
nem seu vulto, seu veto, seu voto, devoto
do próprio umbigo selfie do self não ser
essa gente que tanto me pede
e me impede de ainda querer ser
e que não são nada nem me dão nada,
seja esperança ou motivo para alguma risada.
Ando cansado
dessa gente que desanda, que manda,
e que desmanda e que não anda,
que estanca e atravanca,
dessa gente que apanha,
dessa gente que espanca,
dessa gente que nunca ganha,
dessa gente e sua artimanha,
que alavanca um futuro para ninguém,
que para mentir um presente e um passado
até que fazem tão bem.
Ando cansado
dessas coisas tão belas,
que não tem, que não vem, não mantém
qualquer dignidade de verdade
que ninguém mais sabe,
que a ninguém mais cabe,
que acabe a sua possibilidade.
Ando cansado
que o mundo acabe,
a morte e a vida,
o amor e o ódio,
qualquer desse mal
tudo tão igual,
que ninguém sabe qual.
Ando cansado
dessa gente muda,
que nunca muda,
que não labuta,
que não luta,
que não move uma palha
que não larga a cangalha
que se estraçalha
no corre-corre insano,
até o fim da tarde,
quando cai o pano,
e descansamos
um tanto quanto
dessa tragédia,
que é nossa comédia.
Ando cansado
dessa gente torta
dessa gente morta
dessa gente sem vida
sem guarida, sem saída
de partida para o inferno
onde as férias são eternas.
Ando cansado
dessa gente que não vive
e que muito mal sobrevive.
Dessa gente sem graça
que simplesmente passa
e que então desaparece,
que a gente às vezes abraça
mas depois sempre esquece
de gente que morre,
de gente que mata,
do ódio com que nascem,
do amor que não aprendem.
Da vida e da morte, tudo igual
e de quem não sabe qual.
De gente que corre e corre
e não vê as paisagens.
Ando cansado
dessa gente barata
que se maltrata
e maltrata gente
e trata, depois distrata
essa gente abstrata,
irreal, anormal, coisa e tal.
Ando cansado
Dessa gente que pensa que pensa
e nem pensa na gente que fala,
a gente que sorri, que canta, dança,
a gente que encanta, porque encanta,
enquanto toda essa gente que não conta,
nem seu vulto, seu veto, seu voto, devoto
do próprio umbigo selfie do self não ser
essa gente que tanto me pede
e me impede de ainda querer ser
e que não são nada nem me dão nada,
seja esperança ou motivo para alguma risada.
Ando cansado
dessa gente que desanda, que manda,
e que desmanda e que não anda,
que estanca e atravanca,
dessa gente que apanha,
dessa gente que espanca,
dessa gente que nunca ganha,
dessa gente e sua artimanha,
que alavanca um futuro para ninguém,
que para mentir um presente e um passado
até que fazem tão bem.
Ando cansado
dessas coisas tão belas,
que não tem, que não vem, não mantém
qualquer dignidade de verdade
que ninguém mais sabe,
que a ninguém mais cabe,
que acabe a sua possibilidade.
Ando cansado
que o mundo acabe,
a morte e a vida,
o amor e o ódio,
qualquer desse mal
tudo tão igual,
que ninguém sabe qual.
Ando cansado
dessa gente muda,
que nunca muda,
que não labuta,
que não luta,
que não move uma palha
que não larga a cangalha
que se estraçalha
no corre-corre insano,
até o fim da tarde,
quando cai o pano,
e descansamos
um tanto quanto
dessa tragédia,
que é nossa comédia.
Ando cansado
dessa gente torta
dessa gente morta
dessa gente sem vida
sem guarida, sem saída
de partida para o inferno
onde as férias são eternas.
Ando cansado
dessa gente que não vive
e que muito mal sobrevive.
Dessa gente sem graça
que simplesmente passa
e que então desaparece,
que a gente às vezes abraça
mas depois sempre esquece