Sonhos

Somos todos feitos de sonhos, e quando se trata de amor não é diferente. Amamos ao mesmo tempo que sonhamos. Durante nossa história temos muitos amores, ou seja, temos inúmeros sonhos. Mas todos estamos unidos em um sonho maior: a vida. A morte não é senão o despertar de um sonho. E cada amor nos leva ao mais alto grau de um sonhador.

Basta viver para ser um sonhador. Todos nós somos. Apesar de diferentes, estamos unidos quando amamos. Nesse momento, somos todos iguais, frágeis e sutis. Todos choramos durante uma briga qualquer, assim como somos infalivelmente arrebatados pelo êxtase de uma segunda chance. Então nos tornamos um só, pois a cada um pertence uma parte do frio na barriga anterior a um encontro. Ou o batimento acelerado durante um abraço forte em que o cheiro da outra pessoa fica grudado na nossa camisa para que, quando a tirarmos, adentre o nosso coração.

Mas voltemos aos vários amores. Amamos, sonhamos e acordamos. Esse é o ciclo fundamentalmente inevitável a que estamos fadados a compartilhar. Cabe-nos, portanto, apenas inventar os enredos de cada sonho, de cada amor, para que, ao acordarmos, a nossa voz esteja eternizada no coração de alguém que ainda dorme no velho e fantástico sonho da vida.

Gabriel Malheiros
Enviado por Gabriel Malheiros em 04/05/2014
Código do texto: T4793994
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