O olhar cotidiano
Levanto cedo. Igual a todos os outros dias. Experimento a mesmice do
afazeres mecânicos e necessários. As tarefas do lar, do trabalho e da família.
As mesmas ruas a caminhar, as mesmas paisagens, a mesma comida,
as mesmas horas dormidas. Noites tão iguais. Assuntos cruéis ou banais,
repetidos pelas mesmas bocas amigas, ou da mídia.
Isto dura só uma fração deste tempo todo e penso: - Ainda bem, que é assim. A conhecida rotina, sem o novo, porém, também sem tragédias pessoais.
Por isso, oro e agradeço; pois sei que estou sendo cuidada.
E peço a Deus para não me abaterem as notícias duras, das balas perdidas, da descrença, da intolerância e do desamor.
E peço pela mudança interior de cada um de nós. O desapego do Ego.
Um par de olhos capazes de filtrarem o que ainda há de bom.