Do dia que já vem

Porque o que mais dá medo não é o barulho que vem lá de fora, mas o silêncio dessas paredes onde o barulho ensurdecedor que sai da cabeça nos convida a ficar acordados, a virar para um lado, para outro, a colocar a cabeça embaixo do travesseiro e aperta-lo para ver se para, para ver como tudo parado é belo, a paz, o erro, o eu, o nós. Para acordar com um céu claro que nos convida a levantar, para as vezes querer fazer a desfeita de só acordar quando ele já está lá em cima, e ir devagar pensando que talvez um super herói poderia nos salvar, pensando que assim o mundo possa mudar, pensando em acreditar enquanto a música explode nos ouvidos, enquanto a gentileza que nos falta toma conta ao não responder um bom dia, enquanto se anda para tomar um café, para curar a fé, para aguentar o que não se quer, para quem sabe mais tarde sorrir, para gargalhar com a coisa mais idiota, ouvir e responder com gosto a gentileza de um boa tarde, de um boa noite, para ser feliz, para mudar da noite pro dia, ou então de janeiro a dezembro, o tempo é seu, tudo que eu posso te dar é o agora, é o momento de começar, e então bora andar?

Paulo Victor Ribeiro
Enviado por Paulo Victor Ribeiro em 27/04/2014
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