MUNDO LOUCO
Prosa Poética (acabou de nascer 00:h17mt
MUNDO LOUCO
O mundo que gira, gira e vira uma ponta de lápis.
A professora aponta e os alunos a aplaudem.
A doença severa é curva e se encolhe na chuva.
E aquele homem farto na gordura é zaroio. E
Seu mundo não se escreve. Lê-se em libras.
Sua amante é ruiva de batom rubra; não bebe
Verga saia em godê e diz que seu homem é demodê.
Os dentes do diretor são de ouro e coveiro cobiça por inteiro.
A vela do defunto parece estremecer de frio. Ali,ninguém fala,ninguém chora.
Mas Armando toca sua viola. Não para o defunto e sim, para Aurora.
Ela ri e zomba.Triste ele bebe cachaça,sua vida virou uma desgraça.
Mas o mundo continua a girar e aponta do lápis preste a quebrar.
A lua acende no seu esplendor e a frieza daquele coronel sisudo continua,
A engolir uma gema de ovo após a outra. Seu quadril é quadrado. Ele vive sentado.
Suas botas, apinhadas de capim se espalham no teto do casarão. Ali capim trama com a teia de Aranha que avisa o grande temporal. Ramos de domingos se espalham aos cantos da casa.
Meu norte chora forte toda a dor daquele parto sem fim.
O gato miou e no paiol galo cantou. E quem vai chegar primeiro sequer se levantou.
O coração explodiu a aorta no fundo do quintal. Lá o tintureiro tinge seu avental,
E ninguém diz nada, ninguém chora, ninguém lastima, ninguém pia. Só pensa, e pensa.
E o homem esganado come a couve pelo talo, entre os dentes corre aos lábios gastos pela Cachaça o bagaço em caldo verde o suco da cura que afugenta a morte.
E o mundo que virou uma ponta do lápis continua fervilhando vogais e consoantes em cifras...
Sem cordão, sem perdão!
(21/04/2014) Por: Lúcia Borges.