Olhar de Amor

O Amor soube então que se chamava Amor.
E quando levantei meus olhos a teu nome
teu coração logo dispôs de meu caminho.
                                              Pablo Neruda

 
Deixa-me olhar longamente, profundamente, teu rosto e teu olhar, enquanto percorres a distância que me separa do teu abraço.
Deixa-me queimar na chama que neles avisto, lume de estrelas que me faz perder-me e achar-me nas veredas íngremes das nossas vidas.
Deixa-me tocar tua alma, contar meus pequenos grandes  projetos, meus segredos de Polichinelo, meus desejos de menina sonhadora, de mulher apaixonada.
Deixa-me sentir o calor, o arrepio, o cheiro da tua pele que se entrega ao tremor dos meus dedos ávidos, sem pudor nem medo.
Deixa-me sorver o gosto, o ardor da paixão nos lábios teus e meus, os ais de nossas bocas famintas de vida e sonho.
Deixa-me te amar e dizer que continuo acreditando em cada sonho teu e meu e em tudo que semeamos ao longo da nossa caminhada juntos, nem sempre fácil, nem sempre reta.
Deixa-me te amar e marcar no teu coração o carinho dos desejos, das saudades, dos encontros, desencontros e reencontros em todos os dias de nossas vidas.
Deixa-me te olhar, te amar!